sábado, 28 de fevereiro de 2009

China: missão cumprida.
Após o término dos trabalhos por aqui, decidimos voltar.
Vamos embora totalmente realizados com a experiência e igualmente felizes em voltar ao Brasil.

Mas, é claro, ainda rola aquela viagem!
Depois de muita conversa e muita pesquisa, chegamos ao itinerário perfeito.
Tudo começa na Tailândia, em Bangkok, parece destino mas começar por lá faz tudo ficar mais barato. Ficaremos um ou dois dias em Bangkok e logo em seguida vamos para a Indonésia. Depois da Indonésia vamos para Cambodia, Nepal e voltamos para o sul da Tailândia, dessa vez Koh Samui, Koh Tao e outros lugares. Avião, teco-teco, trem, ônibus, tuk-tuk, táxi (se for barato, é claro), e assim a gente vai chegando nos lugares.


Voltamos para Shanghai no dia 31 de março, embarcamos para o Brasil no dia primeiro de abril (a há!) e 40 horas depois estamos em casa :)
Durante a viagem vou tentar atualizar o blog.
Até mais ver amigos!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O verdadeiro show pirotécnico

E as festividades na China duraram mais do que a semana oficial de ano novo.

Alguns feriados não oficiais seguiram depois do ano novo, sempre repletos de fogos de artifício. Para ser sincera, fogos demais para o meu gosto e o de muita gente aqui também. Durante uma semana dormimos poucas horas por causa do barulho ensurdecedor.

Outro dia foi feriado de um Deus do dinheiro, então quanto mais fogos mais dinheiro no bolso! E imagina a promessa de mais dinheiro no bolso aqui na China? Ah meu amigo, aposto que em nenhum lugar do mundo isso tira as pessoas tão do sério.

Ante-ontem, dia 09, foi o feriado do festival da lanterna. É mole?
Estouraram tantos fogos e, mais uma vez, sem a menor responsabilidade que acabaram tocando fogo em um luxuoso hotel recém construído em Beijing.


Neste incidente não houveram mortes. Mas, não é nada raro pessoas morrerem nas comemorações que acontecem por aqui, todos os anos. E é culpa dos chineses irresponsáveis que soltam fogos aonde bem entendem.

Posso continuar este post falando sobre a irresponsabilidade geral do povo daqui, como aconteceu na modificação do leite, dos remédios e até da ração de cachorro, provocando mortes. Mas isso não é novidade né? Se eles produzem alimentos e remédios de baixa qualidade e prejudiciais à saúde, imagina o Nike que você paga uma grana porque é um produto "Original" ? Controle de Qualidade? Inspeção? Normas? Hum... blá blá blá. (Esse assunto rende um blog inteiro)

Obs: Agora há pouco eu estava procurando informações sobre o incêndio do prédio em Pequim e "A Muralha de Proteção dos Jovens chineses versus a Internet" bloqueou o Google pra mim. Tem que ter paciência de monge!

Obs 2: Acho que depois deste post o blog vai ser bloqueado também.

Obs 3: Reportagem da grande jornalista Cláudia Trevisan sobre o "Incêndio, a Lei e a Censura".
http://blog.estadao.com.br/blog/claudia/

sábado, 31 de janeiro de 2009

Bamboo Tattoo

Ninguém sabe ao certo a origem das tatuagens feitas com bambu. Muitos países asiáticos dizem ser o berço desta forma de arte, mas isso pode ter começado há mais de 3000 anos. Talvez nas Filipinas, onde encontraram múmias visimelmente tatuadas com esta técnica.

Já na Tailândia a origem foi nos templos budistas, onde os monges tatuavam (e ainda o fazem) orações pelo corpo.

Há muito tempo atrás esse tipo de tatuagem era 100% bambu, mas hoje a ponta afiada do bambu foi substituída por agulhas bem finas presas na ponta do graveto, o que possibilita o desenho de traços mais finos e exatos.

E qual a diferença entre tatuagem convencional (máquina) e a de bambu?

Bem, eu não sou especialista no assunto e além do mais nunca fiz uma tatuagem com máquina, mas posso dizer o que eu escutei e pesquisei sobre isso.

De 3 a 5 cinco agulhas (dependendo do desenho) são presas na ponta de uma vareta de bambu. Diferentemente da máquina, no bambu as agulhas ficam posicionadas em linha.

Com bastante precisão e firmeza o tatuador vai furando a pele e introduzindo a tinta.
Muito pouco ou quase nada de sangramento, mesmo em tatuagens grandes - isso a gente viu, um cara fazendo uma tatuagem bem grande e nenhuma gotinha de sangue.

O pós-tatuagem também é diferente. Seguindo o princípio que a tatuagem feita com bambu é menos agressiva e menos profunda, não há necessidade de curativos nem cremes anti-inflamatórios. É só não passar sabonete no local e manter hidratado com vaselina por uma semana.
Teoricamente não há problemas em entrar no mar ou pegar sol logo depois de ter feito a tatuagem, a não ser pelo fato de que você não pode passar protetor-solar no local.

Nós fizemos a tatuagem à noite e no outro dia de manhã já estávamos nadando no mar. E muita gente lá escolhe fazer com bambu por isso - cicratização mais fácil. Para nós, mesmo que a cicatrização deste tipo de tatuagem fosse mais demorada, ainda optaríamos por fazer dessa forma.



terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Parasail

Ainda sobre o dia 31/12/2008 (memorável!).

Assim que voltamos do mergulho vimos um pessoal fazendo Parasail em Loh Dalum Bay.
É aquele paraquedas puxado por uma lancha.

Já estávamos afim de fazer há alguns dias e então compramos nossos tickets e deixamos os chinelos na areia. O Gilmar foi o primeiro e eu fui na lancha filmando.

Coloca as alças, puxa aqui, aperta lá e quando o cara grita "corre" tem que correr mesmo!

Sensação gostosa, visual fantástico.

Na minha vez o piloto ainda me deu de brinde um banho no meio do passeio, cai na água e antes do paraquedas mergulhar ele tacou a mão no acelerador e me puxou de novo. Confesso que enquanto eu descia eu ficava pensando comigo mesma "Meu Deus do Céu, vou me estourar nesses corais". Bom, eles eram bem fundos, mas olhando lá de cima não é bem assim mole não!

Mais um momento divertido.
Fizemos um pequeno vídeo dos melhores momentos.

Scuba Diving na Tailândia

Dia 31/12/2008.

Saimos de manhã bem cedinho em direção ao primeiro ponto do mergulho, chamado Bida Nok.
Durante o trajeto de 30 minutos até o local, nosso instrutor nos deu as orientações do que fazer e também do que não fazer, além dos sinais que devemos usar embaixo d'água.

No começo bate um pouco de medo em fazer alguma bobagem ou esquecer de fazer algo crucial como "jamais prender o fôlego" ou "equalizar a pressão na descida e na subida".

Era um instrutor a cada dois mergulhadores, o que torna o mergulho muito confortável e seguro.

Colocamos o cilindro, as máscaras, pé de pato, equipamentos checados pelo instrutor e pronto!
Blupt!

Fomos descendo devagar, mais ou menos uns 5 metros.
Lá embaixo fizemos alguns exercícios: limpar a máscara embaixo da água, soltar o respirador e buscá-lo, encher e esvaziar o colete.

Acho que fomos bons alunos porque rapidamente nos sentimos confiantes para continuar.
É uma sensação incrível olhar para o lado e ver uma montanha cheia de vida, cheia de peixes.
Descemos até 15 metros de profundidade e logo o instrutor nos sinalizou a presença de um tubarão.
Ficamos ansiosos!
Ele estava lá, no fundo, deitado na areia. Lindo.
Este tubarão é chamado de "Tubarão-leopardo" ou "Tubarão-zebra" e não ataca pessoas.


Ainda perto de Phi Phi existe um ponto chamado "Shark Point"(Ponto dos tubarões) e dizem que é possível vê-los até mesmo de snorkel.

Alguns mergulhadores felizardos já tiveram a inexplicável experiência de nadar junto com um tubarão-baleia na Tailândia. Bom, eu imagino que isso aconteça em mergulhos mais profundos e em mar aberto. Quem sabe um dia? :)


Depois de 45 minutos voltamos para o barco para almoçar a descansar.

Início da tarde partimos para o segundo mergulho, agora em Phi Phi Leh, pertinho de Maya Bay.
Neste segundo mergulho começamos descendo cuidadosamente os 15 metros (máximo para iniciantes) e depois seguimos atrás do instrutor. Passamos por dentro de uma caverna embaixo da ilha, sensacional.

Curtimos mais 45 minutos e depois subimos com cuidado.

Aí embaixo estão dois vídeos. O primeiro tem a gravação do nosso mergulho e o segundo é um vídeo com o melhor da vida marinha em Phi Phi.

Mergulho 31/12/2008




Vida marinha em Phi Phi Island


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ano novo chinês

Esta semana a China está comemorando a chegada do ano novo, mais especificamente a chegada do ano 4703. As festividades podem durar até 15 dias, mas oficialmente o feriado nacional é de uma semana.
Para os chineses, o mais importante deste feriado, também chamado de Spring Festival, é estar junto com a família. Por isso fica difícil viajar na China esta semana, afinal estamos presenciando aqui o maior movimento migratório conhecido no mundo.

Na sexta-feira fizemos as compras para a semana, já que provavelmente os mercados e lojas estarão fechados.

A virada de ano aconteceu ontem, à meia noite do dia 25 de janeiro.

Eu e o Gilmar decidimos sair e procurar alguma comemoração.
Antes disso, pesquisamos na internet e a única informação que encontramos é de que na virada o chinês fica em casa, com a família, e estoura seus fogos de artifício na frente de casa.

Saimos por volta das 23:00 e vimos uma Shanghai que certamente não veremos mais: quase vazia. Só nós, os laowais, e os porteiros dos prédios.



Fomos até um dos centros de Shanghai, subimos um elevado e assistimos um show de fogos de artifício - muito bonito.

Gilmar esperando os fogos de artifício

Voltando à pé, ainda assistimos mais fogos pelas esquinas...


É isso aí!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Maya Bay

O filme "A Praia", apesar da história ser fraca, mostrou Maya Bay para o mundo.
Estava tudo combinado! Dia 29/12 às 15:00, o ponto de encontro era o Lemon Grass Restaurant. Havíamos reservado a nossa "vaga" no acampamento em Maya Bay.
Maya Bay fica no miolo de Phi Phi Leh. Na foto abaixo dá pra ter uma idéia.

Phi Phi Leh

Chegamos no Lemon Grass e encontramos os colegas de acampamento (Italianos, Australianos, Irlandeses e também Brasileiros).

Saimos todos juntos de barco em direção à Maya Bay. Eram mais ou menos trinta pessoas entre turistas e a "equipe tailandesa profissional de acampamento".

No caminho passamos pela Viking Cave, uma caverna que fica nas encostas de Phi Phi Ley e onde mora uma família nativos. É, parece loucura mas é verdade. Fomos desencorajados de chegar muito perto porque os vikings lá não são bem de fazer amizade entende?

Viking Cave

Meia hora de barco e chegamos em Maya Bay. Os turistas que estavam na ilha já estavam indo embora e a ilha ficou toda para nós.
Paramos para fazer snorkel - corais lindos, peixes coloridos e cavernas onde não arriscamos entrar.

O barco grande não consegue chegar até a praia por causa dos corais, então pegamos um barco pequeno (chamado de Long Tail Boat) e fomos em 30 pessoas onde caberiam no máximo umas 10. Tinha gente pendurada até no motor do negócio.

Ufa, chegamos!

Todos ajeitaram suas mochilas embaixo de uma montanha que iria nos proteger em caso de chuva.

Antes de escurecer aproveitamos para conhecer a ilha e tomar um banho naquela baia de água quentinha e cristalina.

Voltamos para o acampamento e o Gilmar me disse: vou lá comprar cerveja pra nós e para os brasileiros, quem sabe a gente faz amizade né?
Ele voltou com a cerveja, sentamos perto dos brasileiros (eram dois casais). Daí uma das meninas olhou pra nós e disse: "Nossa, o banheiro fica muito longe, vamos ficar sem tomar banho, também tá cheio de mosquito. Ao mesmo tempo que a gente tá no céu a gente também tá no inferno né".
Imagina a minha cara nessa hora? Olhei para o Gilmar e falei: "Não, obrigada."

Fomos jantar e sentamos na mesa com os tailandeses e foi ali que a coisa ficou legal!
Um dos tailandeses que trabalha no esquema do acampamento simpatizou com nós e decidiu dividir a comida
dele com a gente (que era diferente da nossa - que não estava nada mal por sinal).
Porque eu decidi comentar isso? Porque não foi simplesmente "Oi, vocês querem um pedaço?".
Ele queria dar o peixe na nossa boca! E conseguiu!
Depois dos primeiros pedaços eu esqueci os meus pensamentos iniciais ("Jesus, será que a mão dele tá limpa??") e, ali sim, a gente fez amizade.

A chuva estava caindo para valer e nós ficamos todos encostados na montanha.
Trouxeram o violão e a diversão foi garantida por algumas horas.

Acampamento em Maya Bay

Infelizmente me apertou a vontade de fazer xixi. Eu nunca iria achar o banheiro naquela escuridão, então decidi ir no mar mesmo.
Comecei a entrar no mar e de repente vi a água em volta de mim brilhando.
"Que isso!!? E eu nem gostei daquele negócio de whisky lá.."

Voltei correndo, ainda apurada, e chamei o Gilmar: Vem ver, a água tá brilhando!!
E ele viu também. E os outros viram também.
É isso é um plâncton que ao ser "agitado" provoca bioluminescência.
E é lindo de ver! Corremos na água, jogamos água para o alto e ela brilhava como se houvessem centenas de vagalumes mergulhadores!

No filme "A Praia" há uma cena que mostra isso.

Pra mim, essa foi a melhor parte do acampamento.

A segunda melhor parte foi de manhã, quando vimos o dia clarear naquele paraíso e praticamente só eu e o Gilmar estávamos acordados e com condições de passear pela ilha as 05 da manhã.

Amanhecendo em Maya Bay

As fotos não ficaram muito boas porque eu levei só a máquina pequena. Mas o vídeo está em Full HD, ficou incrível!

Veja nossas fotos!

Assista o nosso vídeo:





Obs: Nem tudo foi um mar de rosas. A ilha ficou famosa, as pessoas começam a ir cada vez mais e os ratos também chegaram lá. A noite os desgraçados perdem o medo e dominam a ilha. Por isso, se você for lá eu tenho uma sugestão pra você: pague um piloteiro que ele te leva lá à noite para ver a água-brilhante, porque vale muito a pena. E vá de novo outro dia de manhã, bem cedinho. Se quiser acampar, esse é o site: http://www.mayabaycamping.com/